DEUSES: MESOPOTÂMIA

Foto/Reprodução - O Selo de Adda
Foto/Reprodução - O Selo de Adda

As Divindades da Mesopotâmia: Deuses que Governavam o Céu e a Terra?

A Mesopotâmia, berço das primeiras civilizações humanas, desenvolveu um panteão rico e complexo de deuses que regiam todos os aspectos da vida: do ciclo das colheitas aos movimentos das estrelas. Suas divindades eram entidades cósmicas, associadas a planetas, constelações e forças naturais. Neste post, exploramos as principais figuras desse panteão e suas conexões com o céu e a vida cotidiana.



 1. Anu (An): O Senhor do Céu

  • Autoridade suprema, ordem cósmica.
  • Símbolos: Estrelas circumpolares, o "Caminho de Anu" (região equatorial do céu);
  • Função: Governava os deuses/estrelas e mantinha a harmonia universal.


Enlil - Céu Setentrional
Enlil - Céu Setentrional

Enlil: O Senhor do Ar e das Tempestades;

  • Domínio: Ventos, agricultura, destino humano;
  • Símbolos: Coroa divina, o "Caminho de Enlil" (céu setentrional).
  • Constelação: Arado (Triangulum), que guiava o calendário agrícola
  • Função: Controlava as estações e garantia a fertilidade da terra.


Ea (Enki) - Aquarius/Capricórnio
Ea (Enki) - Aquarius/Capricórnio

Ea (Enki): O Deus das Águas e da Sabedoria

  • Domínio: Águas subterrâneas, magia, criação;
  • Símbolos: Jarros derramando água, peixes, serpentes;
  • Constelação: Aquário e Capricórnio (peixe-cabra), ligados ao solstício de inverno;
  • Função: Protetor da humanidade e inventor das artes e técnicas.


Ishtar/Inanna - Leão e Virgem
Ishtar/Inanna - Leão e Virgem

Ishtar (Inanna): A Deusa do Amor e posteriormente da Guerra

  • Domínio: Fertilidade, conflitos, planeta Vênus;
  • Símbolos: Leões, estrela de oito pontas, espiga de milho;
  • Constelação: Leão (poder real) e Virgem (colheita);
  • Função: Mediava a vida e a morte, celebrada em rituais de primavera e outono.

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Marduk - Júpiter
Marduk - Júpiter

Marduk: O Rei dos Deuses Babilônios

  • Domínio: Soberania, justiça, planeta Júpiter;
  • Símbolos: Dragão (derrotando Tiamat, o caos), cetro.
  • Constelação: Polaris (estrela do norte), símbolo de estabilidade.
  • Função: Organizador do zodíaco e protetor da Babilônia.


Shamash
Shamash

Shamash: O Sol e a Justiça Divina

  • Domínio: Sol, verdade, leis;
  • Símbolos: Disco solar, faca serrilhada para "cortar" o horizonte;
  • Função: Juiz celestial, cuja luz revelava verdades e garantia colheitas abundantes.

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Nanna (Sin) - Lua Crescente
Nanna (Sin) - Lua Crescente

Sin (Nanna): A Lua e o Tempo

  • Domínio: Ciclos lunares, medição do tempo.
  • Símbolos: Crescente lunar, barca celestial.
  • Função: Regulava os meses e os ritos religiosos, pai de Shamash e Ishtar.


Nergal
Nergal

Nergal: O Senhor do Submundo

  • Domínio: Morte, pestes, planeta Marte;
  • Símbolos: Escorpião, cabeça de pantera;
  • Constelação: Escorpião e Hydra, guardiões do mundo inferior.
  • Função: Governava os mortos e trazia destruição quando ofendido.


Tammuz/Dumuzi
Tammuz/Dumuzi

Tammuz (Dumuzi): O Pastor Renascido

  • Domínio: Fertilidade, ciclos vegetativos;
  • Símbolos: Carneiro, espigas de trigo;
  • Constelação: Áries, marcando o equinócio da primavera;
  • Função: Sua morte (no verão) e ressurreição (na primavera) simbolizavam a renovação da natureza.


Ninurta - Saturno/Sagitário

Ninurta: O Herói Guerreiro

  • Domínio: Conflitos, agricultura, planeta Saturno;
  • Símbolos: Arco, flecha, espada;
  • Constelação: Sagitário (Pabilsag), o arqueiro celeste;
  • Função: Combatia monstros e garantia a justiça divina.

A Astronomia como Espelho da Fé

Kudurru
Kudurru

Os mesopotâmicos viam o céu como um mapa divino. Constelações como Touro, Leão e Escorpião não eram apenas agrupamentos de estrelas, mas símbolos de deuses que influenciavam a vida na Terra. Pedras limites (kudurru) e selos cilíndricos retratavam essas divindades junto a corpos celestes, unindo religião e ciência.

Exemplo: O "Leão atacando o Touro", motivo comum na arte, representava a luta entre verão e inverno, refletida nas posições das constelações.


A cosmovisão mesopotâmica revela uma sociedade que via o divino no cotidiano:

- As cheias do Eufrates eram obra de Ea (Enki).

- A colheita dependia de Ishtar (Sol) e Tammuz (Primavera/Colheita);

- O movimento dos planetas ditava o destino humano, como nos diários astrométricos babilônicos.

Esses deuses sobreviveram em mitos, símbolos zodiacais e até em narrativas religiosas posteriores, como o paralelo entre Tammuz e Jesus, ambos símbolos de morte e renascimento.

O MUL.APIN, nos revela muitas coisas a respeito de como os sumérios viam o cosmos, caso não tenha familiaridade com o sumério/acadiano, fizemos o estudo da cosmologia/astronomia.

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